CADOC: Validação dos arquivos

Validação em CADOC’s XML e JSON

Como melhorar a qualidade dos arquivos enviados? Os diferentes formatos dos arquivos, fruto da evolução no decorrer da elaboração em diferentes estágios tecnológicos dos CADOC’s, permite que alguns deles tenham sua estrutura validada. Numa breve explanação, as características gerais e validações previstas pelo regulador para os arquivos nos formatos texto (TXT), XML e JSON.

Evolução na validação explícita de formato do CADOC

CADOC TXT não possui validação automática e explícita de formato aplicável pelo usuário.

CADOC XML possui validação explícita aplicável pelo usuário, antecipando erros de formatação a fim de evitar seu envio incorreto ao regulador. Isso pode ser feito pelo validador.exe, ferramenta disponibilizada pelo regulador, junto do respectivo esquema XSD para cada leiaute de CADOC. Na ferramenta validador.exe, devem ser selecionados tanto o arquivo XML a ser validado como o arquivo XSD que possui suas respectivas regras de formatação.

CADOC JSON possui validação explícita análogo ao CADOC XML, onde o regulador disponibiliza apenas o esquema JSON adequado para o leiaute de cada CADOC. Não há ferramenta disponibilizada, sendo recomendado o uso de ferramentas disponibilizadas na internet. A fim de facilitar tal tarefa, disponibilizamos um validador específico para arquivos JSON no leiaute do Banco Central.

Arquivo TXT – Formato texto

Formato mais tradicional de troca de informações entre sistemas, buscava-se eficiência na quantidade de dados de seu conteúdo, pois sua origem remonta à época em que as mídias de armazenamento não suportavam ou encarecidos numa grande escala de dados.

Para reduzir o espaço de armazenamento, o ano das datas era grafado com apenas os dois últimos dígitos. Aí na virada do ano 1999 para 2000 surgiu o potencial ‘bug do milênio’: o ano ‘00’ seria menor que o ano ‘99’, podendo gerar incompatibilidades em períodos de cálculos financeiros, agendamentos de voos aéreos, cálculo de contas de concessionárias de serviços, enfim, tudo que se relacionasse direta ou indiretamente com datas.

A sequência de letras e números justapostos dentro de um arquivo texto só pode ser compreendida se acompanhada de um leiaute, basicamente uma régua que indica as posições de início e fim de uma determinada informação.

São alguns exemplos desses arquivos, os CADOC’s 5011 e os contábeis 4010, 4016, 4040, entre outros.

O usuário não possui mecanismo facilitador para antecipar um deslocamento de colunas dentro de seu arquivo, por exemplo, ficando dependente da rejeição a ser feita somente pela aplicação de importação do regulador.

Arquivo XML – ‘eXtensible Markup Language’

Um arquivo XML pode ser aberto por um editor de texto simples. Seu conteúdo possui uma intercalação entre o rótulo do que significa a informação (TAG e atributo) e seu respectivo conteúdo. Dessa forma, a interpretação desse arquivo não necessita de um leiaute para que seu conteúdo seja compreendido.

Cada arquivo XML pode possuir seu respectivo arquivo de esquema (extensão XSD), que define regras tais como conteúdo apenas numérico ou uma lista de palavras permitidas num determinado TAG ou atributo. Assim, o arquivo XML pode ser validado antecipadamente com as regras definidas por seu respectivo arquivo XSD.

No caso dos CADOC’s, o regulador sugere a utilização do programa VALIDADOR.exe para realizar essa validação prévia de formato e sintaxe, podendo ser baixado no link https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/validador_xml_info. Nele, o usuário terá de selecionar um arquivo XML a ser validado e seu respectivo arquivo XSD com suas respectivas regras para busca de alguma inconsistência. O arquivo XSD é também oferecido pelo regulador no momento da disponibilização de cada layout dos CADOC’s no formato XML.

São alguns exemplos de CADOC’s no formato XML, o DLO 2061, DLI 2062, SVR 9800, SCR 3040, entre outros. Exemplo de início de um arquivo 2061:

<?xml version=”1.0″

 encoding=”ISO-8859-1″ ?>

 <documentoDLO

 cnpj=”12345678″

 dataBase=”2022-01″

 codigoDocumento=”2061″

 tipoEnvio=”S”>

Arquivo JSON – JavaScript Object Notation

Um arquivo JSON também é baseado no uso de TAG’s, tal como o formato XML. Também possui um arquivo de esquema (esquema JSON) que permite validar o conteúdo do arquivo JSON, analogamente ao arquivo XSD para formato XML. No entanto, não há uma ferramenta disponibilizada pelo regulador, tal como o validador.exe para XML. Para arquivos JSON, o regulador indica ferramentas disponíveis na internet. A fim de facilitar sua usabilidade, disponibilizamos em https://b3bee.com.br/dadosabertos/app/ um validador já com os esquemas JSON vinculados, de forma que baste apenas selecionar a versão do esquema e colar o conteúdo do arquivo JSON a ser validado.

Um exemplo de CADOC nesse formato é o 9011 de Demonstrações Financeiras:

{   “@cnpj”: “12345678”,

    “@codigoDocumento”: “9011”,

    “@tipoRemessa”: “I”,

    “@unidadeMedida”: 1000,

    “@dataBase”: “122021”,

Envio de arquivos sob ótica do pilar 2 de Supervisão (Basileia 3)

A qualidade do formato em um CADOC influi na integridade da informação, pontualidade e tempestividade em sua respectiva entrega, uma vez que o envio de arquivos com erro de formatação serão rejeitados sucessivamente pelo regulador, pontos a serem avaliados no item 7.10.10.10.08.02 do Guia de Práticas da Supervisão ‘Qualidade das Informações Regulatórias’, já detalhados no artigo anterior https://www.b3bee.com.br/site/2022/06/22/cadoc-fluxo-essencial-do-compliance-regulatorio/.

 Yoshio Hada

Sócio administrador da B3Bee Consultoria e Sistemas, licenciando sistemas dos dados abertos (Demonstrações Financeiras, Pilar 3 e Canais de Atendimento), CADOC’s (DLI 2062, 40XX, 5011, 80XX, 90X1, 9800), FGC405, conversão de layouts (ETL), controle de limites, calendário de obrigações (envio de arquivos regulatórios ou rotinas administrativas).

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