Instituições financeiras do segmento S3: como o DRO poderá reduzir sua alocação de capital?
Baixe o infográfico aqui com o mesmo conteúdo desse breve resumo ilustrado da conexão entre as regulamentações do capital requerido para risco operacional mediante abordagem padronizada (RWAOPAD) e a formação da Base de Dados do Risco Operacional, pré-requisito do envio do CADOC 5050 DRO. Com as numerações referenciadas na ilustração:
Resolução BCB 447/2024: S3 passa a reportar o CADOC 5050 DRO
Revoga o artigo 21 da resolução BCB 356 (1) que foi transferido ao artigo 13 dessa resolução BCB 447 (2) incluindo o segmento S3 na circular 3979/2020 (3).
Circular 3979/2020: Formação da Base de Dados de Risco Operacional e CADOC 5050 DRO (4)
Conforme o artigo 2º, as instituições financeiras dos segmentos S1 e S2 já estão enquadradas nessa circular. A resolução BCB 447 incluiu as instituições financeiras do segmento S3 também nessa obrigatoriedade, com vigência a partir de junho/2026.
No entanto, sua captura de dados não é um retrato da posição de junho/2026 tal como a maioria dos demais CADOC’s, mas o armazenamento de um ciclo de vida agrupado por eventos nos últimos 10 anos configurados como materialização de incidentes de risco operacional (5).
A formatação do CADOC 5050 (6) será a ponta final com regras específicas para envio, mas partindo dos dados dessa estrutura anterior e mais ampla, exigindo coleta e classificação com muito maior antecedência pela retroatividade de 10 anos de informações.
Resolução BCB 356/2023: cálculo da alocação de capital requerido para risco operacional pela abordagem padronizada RWAOPAD
A partir de 2025, um novo cálculo do RWAOPAD prevê um fator ILM que está fixado em 1 para instituições financeiras do segmento S3 e S4 (7). Para o segmento S1 e S2, poderá variar de 0,54 a 2 (8). Essa variação depende do fator LC (9), que por sua vez é fruto dos eventos com perda líquida a partir de R$500 mil (A). E esses eventos são obtidos exatamente da base de dados de risco operacional que trata a circular 3979 (B).
Quanto menor a soma de eventos com perdas líquidas acima de R$500 mil, maior tendência a um LC e ILM menores.
Índice de Basileia e alocação de requisito de capital RWAOPAD
Assim, além da obrigatoriedade de formação da base de dados de risco operacional e envio do CADOC 5050 DRO em junho/2026 (6), a partir de 2028, instituições financeiras do segmento S3 poderão se beneficiar da redução de alocação de capital com o ILM de 1 até 0,54 na melhor das hipóteses (C): quase a metade em uma das etapas do cálculo do RWAOPAD (ver artigo RWAopad hipotético para o segmento S3, afinal, há potencial aumento de capital a ser alocado conforme abordado no artigo Redutor progressivo do RWAOPAD).
Depende de autorização do regulador
Mas para usufruir desse benefício, dependerá de uma autorização do regulador (D) a ser regulamentada, com potencial de ser uma auditoria avaliando a qualidade de processos que abastecem essa base de dados de risco operacional (4), bem com a utilização efetiva desses dados em suas etapas de controles internos e gestão de risco operacional (E).
Mais fontes úteis:
Instruções de preenchimento do DLO: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/leiautedoc2061
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Yoshio Hada: sócio administrador da B3Bee Consultoria e Sistemas, licenciando sistemas às instituições financeiras nos temas de Gestão do Risco Operacional, DRO 5050, Base de Dados de Risco Operacional, Mapeamento de Processos, Modelo Interno de RSAC, Dados Abertos (Demonstrações Financeiras, Relatório do Pilar 3, Relatório do GRSAC e Canais de Atendimento), CADOC (DRO 5050, DLI 2062, COS 40XX, Saldos Diários 4111, 5011, ETF 80XX, DF 9011/9061, SVR 9800, DRSAC 2030, RCP 4076, Pagamentos do Varejo e Canais de Atendimento 6209), FGC405, Conversão de layouts (ETL), Calendário de Obrigações Acessórias ou Fluxos de Execução, Validação e Envio de CADOC.