Andando descalço, bati um dos dedos do meu pé na cadeira, inspirando algumas reflexões sobre riscos:
1-A materialização do risco é insensível: numa colisão desse tipo, o pé da cadeira não sente dor, não incha e não ‘fica roxo’. Uma perda não terá compaixão alguma com a sua dor. Ela simplesmente ocorrerá seguindo a ordem natural da probabilidade e tamanho do impacto.
2-A conveniência do mitigador de risco só será lembrada após a materialização do evento: quantas vezes um chinelo não é quem colide com as cadeiras, daí não darmos importância na maioria dos tropeços, exceto no caso de quedas.
3-Variáveis externas: difícil mensurá-las e menos influência ainda temos sobre elas, tais como insumos, mercado consumidor, concorrência e legislação. Mudar para um apartamento maior (variável externa) com amplo espaço de circulação reduzindo tropeços é bem mais difícil que usar um calçado (uma decisão interna).
4-A mitigação é proporcional ao custo e apetite de risco: ao invés do chinelo, podemos nos garantir usando uma chuteira ou ainda uma botina no caso extremo. Mas quem aguenta usá-los ininterruptamente? De forma análoga, o custo proibitivo para mitigar todos e quaisquer riscos exige estudamos o nível de probabilidade e impacto para otimizar os limitados recursos disponíveis para tal finalidade.
5-Muitas vezes é inevitável corrermos algum nível de risco, pois o retorno pode ser proporcional ao risco corrido. Uma botina pode mitigar o risco de se cortar com cacos de vidro na praia, mas qual turista não prefere usufruir de momentos prazerosos com os pés descalços na areia?
Enfim, mudanças geram riscos. Mas hoje em dia, ficar imóvel sem querer correr risco algum tem sido muito mais arriscado que promover melhorias correndo um risco bem avaliado.
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Um bom fim de semana
Yoshio